terça-feira, 17 de novembro de 2015

MEDICINA VETERINÁRIA: PIOMETRA!



É uma infecção uterina que acomete cadelas a partir dos 5 anos de idade, mas que pode aparecer em fêmeas mais jovens. A freqüência da doença é maior em cadelas que nunca tiveram cria, daí o equivocado dito popular: "cadela que nunca cruzou terá câncer no útero". Na verdade, a piometra (e não o câncer) pode aparecer mais facilmente em cadelas que nunca criaram, porém, temos visto que também cadelas que já tiveram cria podem ter piometra.

Assim, acasalar uma fêmea no intuito de prevenir a infecção uterina (piometra), certamente não é um método 100% eficaz.

Os sinais da doença aparecem, geralmente, um mês após o último cio. A cadela pára de comer, parece triste, tem febre, aumenta a ingestão de água e, conseqüentemente, a produção de urina. Apresenta vômitos. Um corrimento vaginal abundante, espesso, de odor desagradável e cor parda ou acastanhado, é um sinal bastante característico da piometra. Os locais onde a fêmea senta ficam manchados pela secreção. Muitas cadelas lambem insistentemente a região genital e o proprietário não percebe o corrimento. Em alguns casos que denominamos "piometra fechada", esse corrimento não aparece, o que dificulta o diagnóstico.

O útero com piometra apresenta-se repleto de secreção, aumenta muito de tamanho e o organismo começa a absorver o conteúdo purulento (pus), levando o animal a uma intoxicação pelas toxinas bacterianas. Se diagnosticada a tempo, a piometra tem tratamento cirúrgico que consiste na remoção do útero (castração), associada a uma terapia com antibióticos. O diagnóstico é feito pelos sinais clínicos, exames laboratoriais (hemograma) e ultra-sonografia do útero para confirmação do diagnóstico. Encaminhar o animal para a cirurgia imediatamente.
A recuperação é rápida após a cirurgia, pois o foco da infecção é retirado.



Como o sinal clínico mais evidente é o corrimento, o proprietário de fêmeas com mais de cinco anos deve ficar atento e comunicar o veterinário se notar essa alteração. É bom ressaltar, mais uma vez, que fêmeas que já acasalaram NÃO estão livres da piometra. O melhor método preventivo é a castração das cadelas logo após o 1o cio.

A piometra resulta da combinação da fase ovariana (progesterona) do ciclo estral com um endométrio anormal que permite um crescimento excessivo de bactérias que normalmente não estão presentes no útero.

O padrão hematológico é comumente caracterizado por uma anemia normocítca normocrômica arregenerativa. Alterações da função renal de um modo geral são de origem multifatorial, envolvendo disfunção glomerular devido à deposição de imunocomplexos, lesões às células dos túbulos renais e redução da hipertonicidade medular com prejuízo na reabsorção de água livre.

No perfil bioquímico tem-se principalmente hiperproteinemia, hiperglobulinemia, hipoalbuminemia, e aumento de enzimas hepáticas (AST e FA).  O diagnóstico precoce é fundamental para assegurar a saúde do animal. Os recursos de imagens associados aos exames laboratoriais aceleram esse processo, sendo importante para se direcionar a um bom prognóstico.

O tratamento está intimamente relacionado ao tipo de piometra (aberta ou fechada) e objetivos dos proprietários em relação a seus animais, sendo a cirurgia a opção mais adequada. 


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