ORIGEM
O Pastor Catalão, ou Gos d’ Atura é uma raça de cão originária dos Pirineus Catalães (regiões montanhosas da Catalunha) e que se desenvolveu rapidamente nas zonas pastorais Catalãs graças à correta condução de rebanhos, sua função mais habitual. Tal como a generalidade dos cães pastores europeus, tem sua origem nos cães asiáticos que se espalharam pela Europa com as invasões Bárbaras e ocupação Romana. Outras raças de cães pastores de regiões próximas são consideradas parentes, tais como o Pastor dos Pirineus e o de Bergamasco. Este cão foi reconhecido como raça no seu país desde cedo. Em 1919, os espanhóis oficializaram a raça e uma década mais tarde o padrão foi redigido. |
Mas a moda dos cães estrangeiros, popularizados pelos turistas, acabou por colocar em risco a sobrevivência desta raça rústica. Em 1970, foi feito um esforço para recuperar o Pastor Catalão. A organização Laketània selecionou dois cães, chamados Solsona e Berguedà, para utilizar num programa de criação. Todos os Pastores Catalãos existentes hoje em dia descendem destes dois exemplares. A partir daqui a raça ganhou um novo fôlego e em 1982 redigiu-se um novo padrão. Hoje em dia a raça está totalmente recuperada e estima-se que existam ao redor de 4 mil exemplares. |
UTILIZAÇÃO O Pastor Catalão é exímio com rebanhos. A transumância, um tipo de pastoreio muito praticado na Península Ibérica, é a base do trabalho deste cão. Segundo os agricultores, é perfeito para a função de pastoreio devido à sua grande obediência ao pastor e pela sua capacidade de tomar iniciativas próprias para dirigir corretamente o rebanho. Devido a sua inteligência e fidelidade aos seus donos, atualmente, o Pastor Catalão também é mantido como cão de companhia. Ademais, pode ser utilizado para missões de escolta, devido à sua grande valentia e coragem, ou inclusive como como cão de guarda e policial. |
ASPECTO GERAL De um cão bem balanceado de proporções médias, talhe médio, com uma linda pelagem. |
PROPORÇÕES
Ligeiramente mais longo que alto, aproximadamente 9:8. REGIÃO CRANIANA Cabeça: robusta, ligeiramente convexa e larga na base, sem ser pesada, bem proporcionada com o conjunto do tronco. A proporção crânio-focinho é de 4:3. Crânio: ligeiramente mais longo que largo, com um sulco sagital claramente marcado no seu terço anterior o qual se torna plano e se mantém assim até o occipital onde se forma a crista. O osso occipital é pronunciado. A linha superior do crânio é ligeiramente arqueada, podendo revelar um espaço menos acentuado no meio. Os seios frontais são bem desenvolvidos tanto na largura quanto no comprimento. Arcadas superciliares bem marcadas. Stop: bem visível mas não muito pronunciado. |
Portadas pendentes rente às faces. Revestidas com pêlos longos terminando em franjas móveis. Proporção entre a largura da orelha e o comprimento = 8:10. Para os cães de trabalho aceitam-se orelhas amputadas.
PESCOÇO Vigoroso, sólido, musculado, mais para curto, mas tais proporções permitindo uma boa mobilidade, bem conectados aos ombros. | |
TRONCO
Linha superior: reta, sem ser selada, garupa ligeiramente elevada, o que, de qualquer forma deve ser de altura igual ou inferior à cernelha. Essa diferença à primeira vista pode ser favorável à garupa por causa da quantidade de pelagem e sub-pelagem presentes. Cernelha: bem visível. Dorso: reto. Lombo: com flancos curtos, mas fortes e marcados. Garupa: robusta, musculosa e ligeiramente inclinada. | |
Peito: Amplo, bem desenvolvido, atingindo o nível dos cotovelos.
Costelas: arqueadas, sem serem planas, permitindo uma boa capacidade torácica relativamente ao trabalho. Ventre: ligeiramente esgalgado. CAUDA De inserção preferencialmente baixa, pode ser longa, além dos jarretes, ou curta, medindo menos de 10 cm. Existem também exemplares anuros e para os cães de trabalhos a cauda amputada é admitida. Quando o cão está em repouso a cauda fica, apenas, pendente formando um gancho no terço distal. A cauda em sabre também é aceita. Em ação, a cauda eleva-se empinada, mas não enrolada sobre o dorso. É abundantemente revestida com uma pelagem ligeiramente ondulada. |
EXTREMIDADES ANTERIORES
Vistos de frente ou perfil são robustos, esguios, retos, verticais e paralelos. A distância entre os cotovelos e a cernelha é igual à do cotovelos ao solo. Ombros: musculados, robustos, ligeiramente oblíquos. Ângulo escápulo-umeral em torno dos 110˚. Braços: fortes e musculados. Cotovelos: trabalhando rente ao tórax e corretamente direcionados para frente. Angulação humero-radial cerca de 135˚. Antebraços: verticais, fortes, adequados ao trabalho. Carpos: na mesma vertical dos braços. Metacarpos: seguindo a mesma vertical dos antebraços, preferencialmente curtos. | |
Patas: ovais, almofadas pretas e duras, membranas palmípedes presentes e bem revestidas de pêlos, unhas pretas e fortes.
|
EXTREMIDADES POSTERIORES
Fortes, musculados, verticais, revelando potência e agilidade. Coxas: longas, largas e musculadas, com ossatura robusta. Angulação coxofemoral: cerca de 115˚. Joelhos: angulação femoro-tibial: cerca de 120˚. Pernas: ossatura robusta e bem musculadas. Metatarsos: preferencialmente curtos, fortes e verticais. Jarretes: bem curtos, verticais e paralelos. Angulação cerca de 140˚. | |
Patas: idênticas às anteriores, mas com ergôs duplos articulados e de inserção baixa. Esses ergôs são juntos e ligados ao primeiro dígito da pata por membrana.
MOVIMENTAÇÃO Elástica, típica dos cães pastores. Galope somente desenvolvido em espaços muito amplos, mas na pista de exposição a movimentação típica é um trote curto, com a andadura peculiar a todos os cães com ergôs. PELE Preferencialmente grossa, fortemente ajustada em todo o corpo. Bem pigmentada. |
PELAGEM
Pêlo longo, liso ou muito ligeiramente ondulado, tosco com subpelagem abundante em todo o terço posterior do tronco. Na cabeça observa-se barba, bigodes, tufos e sobrancelhas as quais não afetam a visão. Cauda revestida com pelagem como todas as extremidades. Durante a muda é observado um fenômeno típico: a muda ocorre em dois tempos. Primeiro afeta a pelagem na região anterior, dando a impressão de duas metades do cão com diferentes pelagens; então é a vez na parte posterior e tudo volta ao normal novamente. |
COR Observado à distância o cão parece unicolor e pode ter nuanças mais claras nas extremidades. Visto de perto observa-se que a cor é formada por pêlos de diferentes tonalidades: fulvo, marrom mais ou menos avermelhado, cinza, branco e preto. As cores básicas derivadas dessa mistura são: • Fulvo em seus tons claros, médios e escuros. • Zibelina (preto), com pêlos castanhos, fulvos, branco e preto, também em tonalidades claras, médias e escuras. • Cinza, feito com branco, cinza e preto com sombreado indo do cinza-prata ao cinza-preto. Se o preto for dominante e é simplesmente cominado com branco, dá um preto que parece gelado. |
Existe, também, cães com uma mistura de preto, fulvo e marrom avermelhado, o qual pode dominar em uma ou diversas partes, dando a impressão de exemplares preto-e-castanho. Manchas brancas ou pretas não são aceitas. Às vezes um pouco de pêlos brancos, com formato de estrela no antepeito é tolerado, ou na face dorsal dos dígitos, mas, neste caso contudo, não pode ser acompanhado de unhas brancas. |
No trabalho, é capaz de seguir os seus instintos para resolver qualquer problema com que se depare. Devido à sua agilidade e energia, pode ser encontrado em provas de Agility ou dança canina. É um cão rústico, vigoroso e resistente ao calor, frio e variações atmosféricas. Uma alimentação frugal é suficiente para ele poder trabalhar em condições extremas. Embora reservado, gosta muito de brincar, sendo um excelente cão de família. É agradável e está muito ligado espontaneamente às crianças, com quem compartilha jogos e mimos sem nunca cansar-se. É um cão que se dá perfeitamente com uma família que aprecie os passeios e as atividades exteriores pois necessita ser convenientemente exercitado. |
Nenhum comentário:
Postar um comentário