O automóvel, o barco, o avião e outros meios de transporte submetem os seus passageiros a movimentos diversos. Os solavancos e acelerações do veículo repercutem nos canais semicirculares do ouvido (responsáveis pelo sentido do equilíbrio), causando uma desorientação e provocando o enjôo. A isto dá-se o nome de NAUPATIA, que não é uma doença, mas incomoda tanto que pode transformar um simples passeio num verdadeiro suplício.
Os sintomas podem ser mais ou menos pronunciados e vão desde a angústia até a vertigem, do simples mal-estar as náuseas e vômitos, passando por bocejos e salivação abundante. A angústia e o medo provocados pela indisposição aumentam o mal-estar e vice-versa.
Cria-se então um verdadeiro círculo vicioso, reforçado pelo fato das queixas do cão ou as conseqüências visíveis de seu mal-estar irritarem o motorista, que com sua reação aumenta mais a inquietação do cão.
A prevenção
Manter o animal em jejum antes da viagem não o impedirá de se sentir mal ; servirá apenas para reduzir a quantidade de líquidos ou sólidos vomitados.
A melhor terapia contra enjôos é habituar o cão a andar de carro e agir de modo que o passeio seja um momento de prazer para ele.
Dicas:
1ª) Tentar reduzir ao máximo os solavancos, as freadas bruscas e as acelerações súbitas, dirigindo com tranqüilidade e fazendo inicialmente pequenos circuitos. Uma condução rápida tem sobre os cães quase os mesmos efeitos desagradáveis que as turbulências no avião ou o forte balanço num barco.
2ª) Fazer paradas do tipo "xixi-esticar as pernas-descansar ", tendo sempre o cuidado de pôr-lhe o guia antes de abrir a porta do carro, pois o cão em pânico ou sentindo-se mal, fugirá ao ver-se em liberdade.
3ª) Lutar contra a angústia que se apodera do cão, lançando mão de todos os meios: conversando e acariciando-o, fazendo festa e, até usando medicamentos.
Tratamento
Cabe aqui esclarecer que as indicações que darei a seguir se destinam a uma orientação e não dispensam a consulta a um veterinário.
Apesar de ser veterinária alopata, neste caso lanço mão da homeopatia, pois há dentro dela medicamentos preparados a partir de substâncias que, em dosagem ponderal, provocam no animal saudável sintomas semelhantes aos do enjôo : lei das semelhanças. Nem antinauseantes, nem tranqüilizantes, os remédios serão tanto mais eficazes quanto mais os sintomas se parecerem com os descritos. Por isto, é importante o papel do proprietário como observador. Se a viagem for curta, o medicamento deve ser administrado na véspera (15 CH).
Se a viagem for longa, sua administração deve começar dois a três dias antes. Durante a viagem, o cão deve receber o medicamento a cada 2 horas, 10 gotas ou 3 grãos, na dinamização 5 CH.
BORAX - específico para náuseas provocadas por turbulência de avião, balanço do mar e descida brusca do elevador.
COCCULUX - indicado para o cão que fica prostrado e silencioso, com a cara para dentro do carro, como querendo se esconder. EUPHORBIA - para o cão muito angustiado que sofre de náuseas violentas e cujos vômitos são abundantes e repetidos
HYOSCIAMUS - para o cão agitado, de humor inconstante, que fica com as pupilas dilatadas.
TABACUM - tranqüiliza o cão imóvel, cujo corpo fica gelado, os olhos fechados e procura o ar livre colocando o focinho para fora da janela
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